A indústria de sistemas de automação aposta no apelo de soluções sustentáveis para conquistar clientes. Mais que um recurso high-tech de fazer inveja aos amigos, o segmento vê a gestão de energia como motivo concreto para o desenvolvimento de “casas inteligentes”.
Para o diretor-executivo da Aureside (Associação Brasileira de Automação Residencial), José Roberto Muratoni, a eficiência ener-gética deve atrair um público que, até então, via a automação como um luxo ou um conforto. Esses novos consumidores vão perceber que o preço do condomínio vai cair se ele adotar a automação”, diz.]
A Aureside calcula que 300 mil imóveis no Brasil usem algum tipo de sistema e pro-jeta o mercado potencial em 1,5 milhão de casas. As maiores barreiras para o cresci-mento, segundo a entidade, são a falta de conhecimento da população (e até mesmo de profissionais da construção civil) e de pessoal capa-citado para instalar os sistemas – os integradores “É um mercado novo. Estamos crescendo em torno de 30% ao ano”, diz Muratoni.
Custo
O professor da Escola Politécnica da USP, Marcelo Knörich Zuffo, diz que o retorno do investimento em um sistema de automação pode demorar. Ele calcula a economia de energia de 20% a 30% com o recurso e estima que, pelo custo, sejam necessários sete anos, em média, para que ele se pague.
O novo modelo de cobrança de energia elétrica, deve funcionar como um incentivo para adoção de sistemas de automação em casa.
A “tarifa branca” prevê descontos para quem economizar luz nos horários de pico. “Com a automação, você consegue programar para não ligar certos eletrodomésticos no período em que se consome mais”, explica o gerente de produtos da Schneider Electric, Rogério Ribeiro.